quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Solidão

Entra pela porta da frente. Não precisas bater. Vê o que eu construí longe de teus enredos.
Vê o quanto eu mudei só para te enganar.
Fiquei um tempo longe. Mas sempre volto. Isso te agrada? Velha amiga.
Revira as horas que tenho no meu quarto. Só para saber... Quanto tempo vais ficar?
Aqui já podes encostar e ficar a vontade. Quer ouvir um “blues”? Quem sabe um “fado”?
Comprei um livro. Vou devorar as paginas. Mas não ligue.
É só para te provocar.
Fique sentada. A noite logo chega. E não tenho mais mentiras.
E não tenho mais pra quem fingir. Vou sair. Quero te mostrar os prédios. Centenas de andares vazios.
Quero que vejas os portos, sem embarcações no cais.
As ruas cheias de luzes que tu odeias. Mas silenciosas. Como tu amas.
Vem para minha cama. Rouba meu calor e te alimenta de sussurros.
Vai gostar dos meus sonhos perturbados. De manhã te conto todos eles.
Não te preocupes. Não vou sorrir.
Só me diz... Quanto tempo vais ficar?


Um comentário:

Anônimo disse...

Como já lhe disse, gostei muito do texto, é bom mesmo. E oque torna tudo mais interessante, é a forma como vc trata a solidão com tanta intimidade, mas ao mesmo tempo sente medo de que ela fique.

Beijos.